sábado, 2 de fevereiro de 2013

Entrevista Zona Punk na íntegra no Estrago News



A entrevista dada ao site Zona Punk, na íntegra. (02/02/2013)

Conta pra gente sobre de onde vem a Estragonoff. A banda data de 2006, certo? Tiveram outras bandas antes? Qual a proposta original e qual a proposta hoje, sete anos depois?

A Estragonoff é uma banda de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Somos amigos há muito tempo, aprendemos a tocar quase que simultaneamente, na escola. Porém começamos tocando em bandas diferentes. O tempo passou e a gente foi descobrindo bandas em comum e nos desenvolvendo como músicos também. Nossa formação de fato ocorreu mesmo em 2006. A ideia central da banda sempre foi criar músicas autorais, trazer algo novo para a cena musical. Quando tocamos musicas de outras bandas fazemos de um jeito diferente. O nome da banda surgiu também pelo “estrago” que a gente fazia quando tocava alguma versão. O objetivo principal até hoje é a diversão e a satisfação com o que a gente faz musicalmente, acho que com isso a identificação das pessoas com o nosso som ocorre naturalmente.

"Melhor Do Que Parece" é o disco que tivemos contato aqui no ZP. Ele é creditado ao Giordano e ao Rafael, um duo. Como colocar isso ao vivo? E por que não uma banda completa?

Na verdade a banda começou completa (vocal, bateria, guitarra e baixo) e se manteve assim por muito tempo. O que aconteceu foi que para gravar essas músicas do EP resolvemos registrar entre nós dois apenas, para produzirmos algo que tivesse cem por cento das nossas ideias. A gente entendia que dessa forma, mais adiante, encontraríamos músicos que se identificassem e tivessem as habilidades que a gente julga necessário para o nosso estilo. Resumindo, no momento estamos buscando um baixista e um guitarrista, para executar nosso som ao vivo e levar o projeto adiante.

Musicalmente a Estragonoff é bem pop, e encontramos algumas influências bem claras, como o ska e o rock nacional. Onde a banda se encaixa musicalmente? Pra quem nunca ouviu o grupo, quais seriam as referências básicas?

Ter um som pop acaba sendo um reflexo do que a gente ouve. Temos influências bem marcadas do hardcore melódico, skacore e pop punk. Curtimos muito New Found Glory, Sum 41, Green Day (antigo), Rancid, Reel Big Fish, Bad Religion, Dead Fish e Rise against. Mas é claro que pegamos essas referências e mesclamos com o nosso jeito de compor e interpretar.

Ainda falando do "Melhor Do Que Parece", fica bem clara a preocupação da banda com as letras, todas elas longas e escritas sem se preocupar tanto em soar catchy - mesmo sendo radio friendly. Qual o papel das letras pra banda? É o principal pra vocês?

Queremos fazer musicas que tenham começo, meio e fim interessantes. Achamos que as melhores musicas são aquelas que nos pegam desde o começo, e a letra é parte fundamental disso. Através da letra é possível ter outra relação com a música, além da parte instrumental. Pensamos que é um grande desafio tocar um som com características internacionais e achar ao mesmo tempo uma linguagem própria que atinja um grande número de pessoas aqui no Brasil. Mas o nosso som tenta fazer essa mescla harmônica entre letra e música, pensamos muito também nas melodias e nos arranjos, te diria que pensamos muito em todos os detalhes.  

A Estragonoff se apresenta com material completo e profissional - cd, merch, palheta, adesivo etc. Até onde chega essa profissionalização? Onde a banda pretende chegar?

O fato que é queremos fazer as coisas bem feitas, com bom acabamento e qualidade. Mesmo não tendo nenhum tipo de patrocínio prezamos por produzir algo que a gente se orgulhe e tenha segurança de apresentar para os outros. Gostamos dessa parte de ter objetos da banda, como palheta, camisetas e adesivos. Até porque precisamos de uma boa ação para divulgar o nome da banda, que parece bem estranho à primeira vista. Queremos alcançar o estágio de ser uma banda que se paga, adquirir mais condições de qualificar nosso som e ampliar o nosso público cada dia mais. 

O cenário independente do Rio Grande Do Sul sempre teve aquela característica de ser auto-sustentável. Muitas bandas sobrevivem de sucesso local, vivendo basicamente neste circuito gaúcho. Isso ainda é assim? Como vocês se encaixam nesta cena local?

Ser do Rio Grande do Sul não é problema, mas estar aqui, musicalmente falando, é complicado. Apesar de ser reconhecida como uma cena forte e auto-sustentável, nos últimos tempos o espaço disponível para artistas autorais está drasticamente reduzido. E nos poucos espaços ainda existentes o interesse das pessoas para ouvir algo novo é quase zero. Temos consciência que a Estragonoff tem a tendência de ter mais fãs em outras regiões do Brasil, pela característica do nosso som. Mas estamos batalhando dia a dia para mostrar nossas canções para o maior número de pessoas, e com a internet a gente almeja atravessar fronteiras e alcançar quem realmente curte nossa proposta. Nosso som é bem acessível e pop, mas definitivamente não é algo que está na moda, nem aqui no sul, nem no Brasil. Mas acho que o público desse seguimento é bem fiel e procura muitas bandas novas e prestigia. Se conseguirmos fazer da Estragonoff uma banda referência do nosso estilo já estaremos muito satisfeitos. 

O grupo segue trabalhando o "Melhor Que Parece", e quais os próximos passos? Qual frente a banda vai atacar e o quais as maiores dificuldades que vêem a frente?

Estamos gravando novas músicas, que ainda serão lançadas em 2013. A ideia também é tentar gravar um clip e seguir fazendo com que a banda seja conhecida. Queremos também fazer shows e compôr novas músicas. Desejamos também completar a banda com um guitarrista e um baixista que se encaixem com o nossa concepção musical. A maior dificuldade atual, e também a longo prazo, é poder transformar essa paixão em uma carreira, ter tempo e dinheiro para fazer música com mais tranquilidade e quem sabe viver disso. Vontade não nos falta. Esperamos cativar novos ouvintes e amigos, que trilhem junto com a gente essa caminhada, rumo ao topo do ska-punk-hardcore  brasileiro.

Entrevista ao site Zona Punk

Oi pessoal, saiu nossa entrevista ao site Zona Punk. Leiam aí!

http://zp.blog.br/?m=interviews&id=269

Abraços, Estragonoff